II Encontros Graduados



Edital:


II Semana de Encontros Graduados de Ciências Sociais da Universidade de Brasília
Percepções do Humano

1.   Objetivos
Os Encontros Graduados visam construir espaços para trocas de conhecimentos, experiências e interesses entre alunas e alunos de graduação em Ciências Sociais. Proporcionamos, para tanto, mesas temáticas de discussão e exposição de trabalhos acadêmicos (baseados em artigos ou trabalhos imagéticos), palestras com pesquisadoras e pesquisadores e outros espaços de integração.

2.   Tema
O tema dos Encontros Graduados de 2013 será Percepções do Humano.

3.   Inscrições para apresentação de trabalhos
3.1   Período: SUBMISSÃO DE RESUMO: de 15/01/2013 a 10/03/2013.  
 Procedimentos: 
3.2.1  – A/o estudante que tiver interesse em submeter resumo a alguma mesa temática deverá enviar um email preenchendo no campo “Assunto” do e-mail “Inscrição: X”, em que X deverá corresponder a uma das mesas temáticas em que se deseja apresentar o trabalho 
3.2.2– O resumo solicitado no formulário deve ter entre 900 e 2500 caracteres. Esse limite abrange apenas título e corpo do trabalho. Referências bibliográficas não contam no limite de caracteres. Atente para o fato de que espaço e pontuação também contam como caracteres.
3.2.3  – Emails sem resumo ou com resumos que extrapolem ou não atinjam o limite de caracteres não serão avaliados. As/os autoras/es que inscreverem trabalhos imagéticos também deverão  submeter um resumo escrito.
3.2.4  – Os resumos deverão respeitar a seguinte formatação: Fonte Times New Roman, tamanho dos caracteres 12, espaçamento entre linhas 1,5, espaçamento entre parágrafos Automático, alinhamento Justificado.
3.2.5  – Eventuais citações no corpo do texto deverão seguir o sistema conhecido como “autor-data”. Por exemplo: (Laraia, 2004: 62).
3.2.6  – Os resumos não deverão incluir notas de rodapé.
3.2.7  – Deverão ser citadas no resumo no máximo 5 (cinco) referências bibliográficas, as quais deverão seguir o padrão de formatação da ABNT (instruções em http://encontrosgraduados.blogspot.com/abnt). Atente para o fato de que as referências bibliográficas não contam no limite de caracteres do resumo. 
3.2.8   – Envie também em anexo um documento que comprove sua vinculação como graduando em uma instituição de ensino superior. Capturas de tela (screenshots) de websites e de programas de computador serão aceitos no lugar do documento.
3.2.9   – Após aprovação do resumo, serão enviadas as instruções para envio do trabalho completo, seja em formato de artigo, vídeo ou fotografias.
3.3 – Pré-requisitos para apresentação de trabalhos: 
3.3.1 – Ser matriculada/o em algum curso de graduação em qualquer instituição de ensino superior oficialmente regulamentada pelo Ministério da Educação.
3.3.1.1 – Trabalhos de estudantes de outros cursos podem, excepcionalmente, ser aceitos mediante avaliação de sua relevância e qualidade pela comissão organizadora.
3.3.1.2 – A apresentação de trabalhos é restrita a estudantes de graduação, será dada prioridade a estudantes que não façam parte do programa Pet/Sol. 
3.3.1.3 – Trabalhos em vídeo ou peça devem ter entre 1 (um) e 30 (trinta) minutos.
3.3.2 – Trabalhos fotográficos devem podem ser compostos por entre 5 (cinco) e 15 (quinze) imagens.
3.3.3 – Cada autor/a pode inscrever até dois trabalhos para apresentação.
3.3.4 – Caso um/a autor/a inscreva mais de dois trabalhos, apenas os dois primeiros a serem enviados serão avaliados.
3.3.4.1 – Após a inscrição de um trabalho, não será possível fazer inclusão ou remoção de autoras/es.
3.3.5 – Os trabalhos apresentados devem se adequar a uma das mesas temáticas propostas, quais sejam: Teorias Sociais; Humanos e Não-Humanos; Afetividades, Emoções e Cuidado; Teorias e Arte; Violência, Conflitualidades e Segurança; Urbis; Gênero e Sexualidades; Relações Raciais;  Apresentações e Intervenções Artísticas; Educação e Aprendizagem; Religião. 3.3.5.1– Trabalhos imagéticos (audiovisuais, fotográficos, performances, pinturas, esculturas, dentre outros) deverão ser inscritos na mesa  Apresentações e Intervenções Artísticas . Trabalhos imagéticos inscritos em outras mesas temáticas não serão avaliados. 3.3.5.2 – Após a inscrição de um trabalho, não será possível fazer alteração da mesa temática escolhida, nem da parte da/o autor/a, nem da parta da comissão organizadora. 3.3.6      – Os trabalhos apresentados deverão estar concluídos ou em andamento. Não serão aceitos projetos de pesquisa não desenvolvidos. 
3.3.7      – Os trabalhos apresentados não precisam ser inéditos.

4.   Inscrição para ouvintes
4.1 – Para recebimento de certificado de participação como ouvinte, deverá ser realizada inscrição através do email encontrosgraduados@gmail.com até o segundo dia do evento (21 de maio), onde deverá conter nome, matrícula e vínculo institucional (se houver) da/o interessada/o. 4.2 – A inscrição será gratuita e é aberta a qualquer pessoa interessada, independentemente do nível de instrução, vinculação a instituição de ensino superior ou área de estudos.

5. Seleção de trabalhos para apresentação
5.1 – Os resumos inscritos serão avaliados pela comissão organizadora, que é formada por bolsistas e voluntárias/os do PET de Sociologia da UnB, composto por graduandas/os em Ciências Sociais (Antropologia e Sociologia) daquela instituição. Poderão participar da avaliação também as/os debatedoras/es, estudantes de pós-graduação em Sociologia ou Antropologia ou Ciência Política ou Estudos Comparados das Américas, com linhas de pesquisa relacionadas ao assunto das mesas temáticas.
5.2 – Trabalhos não imagéticos serão selecionados a partir da leitura de seus resumos. A relação dos trabalhos aprovados assim classificados será disponibilizada no blog dos Encontros Graduados (http://encontrosgraduados.blogspot.com) no dia 14/03/2013 
5.3 – Trabalhos imagéticos serão pré-selecionados a partir da leitura de seus resumos, mas serão de fato aprovados após sua visualização pela comissão organizadora. As/os autores com resumos aprovados para Apresentações e Intervenções Artísticas terão entre os dias 15/03/2013 a 5/04/2013 para encaminharem (conforme instruções a serem dadas) seu trabalho em vídeo e/ou fotografia. A relação dos trabalhos aprovados assim classificados será disponibilizada no blog do evento (http://encontrosgraduados.blogspot.com) no dia 15/04/2013. 
5.4 – Autoras/es com trabalhos (imagéticos e não-imagéticos) aprovados receberão uma notificação por e-mail, acompanhada de uma carta de aceite. 
5.5 – Autoras/es com trabalhos aprovados não precisarão pagar qualquer tipo de taxa à comissão organizadora.
5.7 – As/os autoras/es com resumos de trabalhos não imagéticos aprovados deverão encaminhar (conforme instruções a serem dadas) o trabalho completo em texto escrito, contendo entre 8 e 16 páginas (abrangendo título, corpo do trabalho, referências bibliográficas e anexos), entre os dias 15/03/2012 a 5/04/2013.
5.7.1 – A formatação do trabalho escrito deverá ser a seguinte: Fonte Times New Roman, tamanho 12, espaçamento entre linhas 1,5, espaçamento entre parágrafos Automático, alinhamento Justificado, margens superior e esquerda 3 cm, margens inferior e direita 2 cm. As citações e referências bibliográficas deverão estar de acordo com as normas da ABNT (instruções emhttp://encontrosgraduados.blogspot.com/abnt). Notas de rodapé serão aceitas. O trabalho deverá estar em formato .doc5.8 – Autoras/es que não enviarem seus trabalhos completos dentro das normas prescritas neste edital terão sua inscrição cancelada.

6. Apresentações de trabalhos
6.1 – A ordem das apresentações será definida pela comissão organizadora.
6.2 – As/os autores deverão chegar, no mínimo, 30 minutos antes do início da mesa temática. Atrasos poderão implicar em cancelamento da apresentação e consequente na não-emissão de certificado.
6.3 – Todos os trabalhos serão comentados por debatedores, estudantes de pós-graduação na UnB em Antropologia ou Sociologia ou Ciência Política ou Estudos Comparados das Américas com linhas de pesquisa relacionadas aos temas das mesas.
6.4 – Após a apresentação dos trabalhos e comentários dos debatedores haverá espaço para comentários e perguntas da plateia. 
6.4.1 – Os trabalhos apresentados serão devolvidos às/aos participantes devidamente comentados pelos debatedores da mesa no período de até um mês após o evento.
6.5 – Apresentações na mesa temática Audiovisual: 
6.5.1 – Autoras/es de trabalhos em vídeo terão 15 minutos, além do tempo de duração de seus trabalhos, para apresenta-los. O tempo será o mesmo para apresentações individuais ou em grupo. O tempo poderá ser mais longo se houver abstenção de candidatos.
6.5.2 – Autoras/es de trabalhos fotográficos terão 20 minutos para apresentar seu trabalho, a despeito da quantidade de fotos. O tempo será o mesmo para apresentações individuais ou em vídeo. O tempo poderá ser mais longo se houver abstenção de candidatos.
6.5.3 – As/os autores de trabalhos fotográficos terão parte de suas fotos reveladas para exposição nos espaços do evento. A exposição deverá ser acompanhada de um texto de apresentação.
6.6 – Apresentações nas demais mesas temáticas: 
6.6.1 – As/os autores terão 20 minutos para apresentarem seus trabalhos. O tempo será o mesmo para apresentações individuais ou em grupo. O tempo poderá ser mais longo se houver abstenção de candidatos.
6.6.2 – Computador e datashow estarão disponíveis em todas as mesas temáticas. A/o autor/a não precisará avisar com antecedência a necessidade do uso desse equipamento. Só poderá ser exibido conteúdo armazenado em pendrives, HDs externos e outros equipamentos de armazenamento com saída “USB”.

7. Certificação
7.1 – No último dia da realização dos Encontros Graduados as/os autoras/es dos trabalhos apresentados receberão por e-mail um certificado em formato .pdf. Ausência da/o autor/a e cancelamento da apresentação implicarão em não emissão de certificado.
7.2 – O certificado é individual, portanto a ausência de um/a das/os membros de apresentações grupais não prejudicará a certificação das/os demais membros do grupo.
7.3 – Em até um mês após a realização do evento as/os ouvintes receberão por e-mail um certificado em formato .pdf. Só serão certificados ouvintes com pelo menos 60% de presença em todo o evento, mediante presença confirmada pela assinatura nas listas de freqüência.
8. Publicações do evento
8.1 – Todos os trabalhos selecionados terão seus resumos publicados na seção “Cadernos de Resumos” do blog dos Encontros Graduados quando da divulgação da relação de trabalhos aceitos (ver itens 5.3 e 5.4).
  
9. Horários das apresentações


SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA
9H TEORIAS SOCIAIS AFETIVIDADE, EMOÇÕES E CUIDADO VIOLÊNCIA, CONFLITUALIDADES E SEGURANÇA GÊNERO E SEXUALIDADE EDUCAÇÃO E APRENDIZAGEM
14H HUMANOS E NÃO-HUMANOS TEORIA E ARTE URBIS RELAÇÕES RACIAIS RELIGIÃO
19H PALESTRA DE ABERTURA Mesa-Redonda: LICENCIATURA EM CIÊNCIAS SOCIAIS Mesa-Redonda: EXTENSÃO APRESENTAÇÕES E INTERVENÇÕES ARTÍSTICAS


10. Cronograma·       
INSCRIÇÕES para ouvinte: de 15/01/2013 a 21/05/2013.
SUBMISSÃO DE RESUMO: de 15/01/2013 a 10/03/2013.  
Divulgação, no blog dos Encontros Graduados, da relação dos trabalhos não-imagéticos selecionados e da pré-seleção da mostra audiovisual: 14/03/2013.
Envio dos trabalhos imagéticos completos à Comissão Organizadora:15/03/2013 a 5/04/2013
Envio dos trabalhos não imagéticos completos à Comissão Organizadora: de 15/03/2012 a 5/04/2013.
Divulgação dos trabalhos imagéticos selecionados para Mostra Audiovisual: 15/04/2013
Encontros Graduados: de 20 à 24 de Maio de 2012



Grupos de Trabalho:

Teorias sociais

    São as teorias, o lócus, onde se concentram as formulações, premissas e caminhos do pensamento científico social. Clássicas, modernas ou contemporâneas as teorias orientam e são fonte para os que pretendem atuar no meio científico e dentro dessa lógica se orientar. As teorias sociais são entendidas aqui como proposições ou abstrações que através de suas metodologias abrangem a sociedade e suas vastas dimensões, mudanças e as teias que a cercam.
      Os pensamentos expressos podem ser de ordem sociológica, antropológica,política, econômica,psicológica, dentre outras. As posições nelas expressas devem buscar uma forma sistemática de se entender, por diferentes óticas, o nosso meio social dentro do pensamento acadêmico. Assim, as ciências sociais estudam as mudanças, constâncias, estruturas, entre outras dimensões que através de teorias nos fazem compreender a área de humanidades.
   O Grupo de Trabalho Teorias sociais convida discentes de ciências sociais e demais áreas afins a aprensentarem seus trabalhos que refletem as teorias que tem por objetivo dar conta do social e humano, seja em demonstrações, contrastes, inversões ou quaisquer intervenções dentro das vastas possibilidades oferecidas dentro desse campo teórico.


Humanos e não-humanos


    Discussões acerca do que distingue o ser humano são motivo de perturbações constantes na ontologia Ocidental. As afetações entre instâncias a que por ventura se tenha acostumado chamar “humano” e “não-humano” provoca a transformação dos atributos de uma como da outra? Se sim, pôr-se-ia em cheque uma noção comum de subjetividade, de fonte de intencionalidade ou, mais simplesmente, de humanidade e confundiria nossas regiões ontológicas tradicionais. A singularidade e a exclusividade da pessoa humano, da pessoa não-humana e da coisa se dissolveriam. Tudo poderia vir a ser ou (já) seria humano, animal ou coisa. Tudo poderia vir a ser vetor e fonte de intenção, sem deixar poder não o ser, alternativamente.
Isso nos força a deixar de pensar o sujeito ou os sujeitos como entidades fixas e a tê-los, antes, como resultado de fluxos e intensidades (imateriais e materiais).
     O humano não mais seria, então uma entidade segura. Em realidade, não existiria entidade segura. O humano  se revela agora - como o animal e a coisa -  não um ser, uma entidade, mas como um vir-a-ser, um processo. Se em Husserl, (1) coisas fazem parte do mundo material por estarem causalmente relacionadas com outras num contexto temporal e espacial; (2) o espírito pertence ao mundo humano por ser dotado de significado e intenção e (3) o corpo realiza a transição entre essas duas regiões ontológicas por ser tanto objeto material quanto órgão da intenção - isto é, por ser tanto capaz de tocar quanto passível de ser tocado -; em Haraway, o ciborgue revela que tudo é corpo – ou, pelo menos, que tudo pode ser corpo, na acepção de Husserl.
     Relações entre humanos e não-humanos; ambiente; técnica; continuidade animal-humano, coisa-humano, coisa animal e coisa-animal-humano; veganismo ético; senciência/sapiência animal, antropocentrismo. Estes são alguns exemplos de assuntos que se encaixam na temática dessa mesa, a qual está aberta para apresentação e discussão de trabalhos.

Afetividade, emoções e cuidado

    Objeto que vem ganhando força nas Ciências Sociais, as emoções obtiveram reconhecimento em seu caráter relacional com a cultura e sociedade. Compreender como se processam essas interconexões bem como, através de um fazer científico auto-reflexivo, diferentes concepções das emoções podem ser abarcadas dentro da ciência, torna-se essencial. 
       Estranho pensar em espaços delimitados para se pensar os afetos, curiosas são as tentativas de objetivá-los, quando eles poderiam se fazer presentes na pesquisa de forma direta, dado que a objetividade é uma virtualidade. Começa-se a ser percebida a possibilidade de emergência de uma ciência afetada, que coloca os corpos (não entendidos aqui como meros organismos delimitados pela pele) como produtores de epistemologias.
           O Grupo de Trabalho Afetividade, Emoções e Cuidado está aberta para apresentações de trabalhos que envolvem o afeto como dado, variável, objeto ou conceito social. A temática pode estar inserida desde uma reflexão das emoções, sentimentos e afetividade nas teorias da ação, presentes desde as abordagens clássicas das ciências sociais - mas ainda sem o foco e evidencia atual; também numa perspectiva de lugar de encontro na cisão uma vez feita na ocidente de mente e corpo. O Cuidado também em suas recentes abordagens em áreas de estudos já consagradas como os estudos sobre o trabalho, violência, relações de gênero etc. Ou mesmo como espaço/canal/fenda comunicativa entre humanos e entre humanos e não humanos.
       Envolvimento do pesquisador, situações de risco, cuidado de pessoas (idosos, gestantes, crianças, necessidades especiais, dentre outros), afeto como produtor de conhecimento e experiência no mundo, ambientes e ofícios de supressão de emoções, emoções coletivas, construção do afeto no espaço, emoções e cultura, o afeto na construção da sociabilidade, materialidades afetivas, percepções afetivas da contemporaneidade, do urbano, da arte, e do sagrado, visões sobre a morte, reconfiguração emocional na era tecnologica constituem-se todos possibilidades de tráfego das ciências sociais pelo universo das emoções.

Teoria e arte

      Versar sobre a arte na contemporaneidade é sempre um trabalho perigoso: a extensão da nossa cultura artística parece não ter limites claros. Na tônica dos processos de interpenetração cultural que acontecem de maneira, parece, cada vez menos palpável, torna-se uma tarefa complicada avaliar influências de estilos e ideias dentro do universo das manifestações artísticas e entre esse universo e o nosso pensamento em geral, nossas formas de ser e de estar no mundo. Assim sendo, a arte nos aparece como extremamente individualizada, mas também como um elogio da coletividade, ora como uma esfera ensimesmada, ora como um negócio, e, porque não, nos aparece também como todos juntos, proporcionando experiências igualmente diversas, desde sentimentos religiosos a reflexões filosóficas a partir de um quadro de Velasquez.
       Antes de opor essas experiências em um eixo, melhor seria dispô-las em um campo de possibilidades onde qualquer combinação é possível: novamente vemos que a experiência artística é complexa demais para uma classificação axial totalizante. Desses modos de simbolização tão diversos em natureza e conteúdo, o que se repete é justamente a transformação: a arte é sempre um duplo da vida, um metacomentário, uma percepção do humano que transforma esse humano na medida em que dele se apropria.
          O GT de artes convida trabalhos que dialoguem com essa perspectiva: como a arte existe através de nós e como nós existimos através dela.

Violência, conflitualidades e segurança


O Grupo de Trabalho ‘Violência, Conflitualidades e Segurança’ convida a apresentações de trabalho inéditas ou não, frutos de pesquisas ou reflexões ensaísticas, que discutam desde a condição de conflitualidade do social, pensando nas diversas formas de resolução ou permanência desses conflitos, seu desenrolar violento ou pacifico.
A cultura do medo é fortalecida nos noticiários, nas novelas e em diversas outras mídias. Enquanto por outro lado não se é mais estranho estrelar filmes nas câmeras de segurança. Costumes são atingidos, confianças são abaladas, rotas são mudadas e comportamentos são reforçados; assim se perpetua um toque de recolher subjetivo e/ou concreto na rotina de quem tem receio de ser atingido pela violência. Desse modo são desencadeados sentimentos de insegurança e o perigo (sendo real ou não) pode afetar ou não, os hábitos coletivos e individuais. São construídos muros sem se respeitar os caminhos, as passagens e os pedestres; as muralhas fragmentam a cidade e criam-se barreiras na convivência coletiva. As representações sociais estabelecidas através dos correntes meios de avaliação por parte de instituições públicas e/ou privadas criam imagens que se agregam a novos conceitos de segurança aplicados as realidades distintas. Vigilância, proteção, conflito, medo, sofrimento, violência e criminalidade, são algumas das várias temáticas que podem ser abordadas nesse grupo de trabalho. 
Os estudos e reflexões sobre as violências, dita por alguns como ‘sem sangue’, ‘leves’  simbólicos também são aqui bem vindas. O campo de estudos da violência abre margem para sua intersecção com outros campos e temas de estudos, tanto da violência urbana, quanto da violência de gênero, as relações raciais, os estudos sobre o trabalho, com análises do assédio moral e sexual – esse dentro e fora do âmbito trabalhista. Além disso, uma análise também da sociologia do conhecimento e os padrões sociais da verdade combinadas com o poder e a violência.
Ainda assim, o GT ainda apresenta-se aberto a reflexão da própria categoria violência. Afinal, violência é um conceito ou um objeto de estudo? Quem tem a capacidade e o direito de apontar o que é a violência?



Urbis

     As percepções da vida urbana podem ser demasiadamente individuais e ao mesmo tempo coletivas, entre as convergências e divergências que seu multifacetamento suscita por excelência. Questões sócio econômicas, sócio espaciais, identitárias e culturais se cruzam todos os dias nas esquinas, nos semáforos, nos elevadores e etc. A cidade é ambivalente e há muito tempo deixou de ser apenas cenário da ação e representa papel fundamental na dinâmica da vida cotidiana. Os espaços urbanos são utilizados e apropriados de maneiras diversas pelos grupos sociais, possuindo também importante papel ativo, de modo que tanto são influenciados e construídos pelos sujeitos como ainda moldam e atuam sobre comportamentos humanos. Tais ambientes dizem respeito a contextos de envolvimentos corporais de atores com o mundo.
      Questões ligadas às disparidades intra urbanas; redes e hierarquias entre cidades; vínculos e desenvolvimento entre unidades produtivas; movimentos de homogeneização e diferenciação; usos, apropriações e transformações dos espaços urbanos; tensão global x local; modernidade; centro e periferia; modos de vida e relações sociais nos meios urbanos; individualismo; relações rural-urbano; consumos e movimentos urbanos; metrópoles; aglomerados; dimensão material e simbólica das cidades; são questões amplamente discutidas, derivadas das dinâmicas de vida urbana. Enfim, este grupo de trabalho está disposto a acolher trabalhos dentro das Ciências Sociais que suscitem problemáticas urbanas.

Gênero e sexualidade

Dada a proposta de "estudos de gênero" conveio-se classificar, na estruturação de universidades e editoras, uma fração da produção do conhecimento acadêmico, sobretudo proveniente das ciências humanas, constituída por tendências e perspectivas teóricas diversas, cujas origens usualmente são encontradas nos trabalhos das intelectuais europeias produzidos na passagem do século, mas que encontraram sua maturidade acadêmica e novo vigor teórico a partir da emergência do pós-estruturalismo como crítica da epistemologia e da ontologia, e do pós-modernismo, que lançando mão da matriz teórica pós-estruturalista, propõe um rompimento com o saber iluminista (moderno) não apenas no ponto de vista analítico, mas pela denúncia de seus efeitos políticos. Aproximando a crítica da verdade de Nietzsche e o paradigma pós-estruturalistas, as/os pensadoras/es do pós-modernismo têm como princípio impossibilidade de se dizer sobre o mundo com neutralidade. O sujeito de cognição do iluminismo, de cuja estrutura mental inata falaram os estruturalistas, não é mais que um privilegiado na história dos discursos legítimos. No campo dos estudos de gênero e sexualidade, as/os intelectuais da segunda metade do século XX em diante defenderam que só se pode construir uma nova política dos corpos ao se produzir um saber sobre os mesmos baseados em uma nova epistemologia, independente daquela sobre a qual o saber sobre os sexos e suas relações foi constituído até então. Surgiram então as "escolas" da epistemologia feminista e da Teoria Queer. Assim, rompendo com os primeiros paradigmas feministas e com aqueles ainda alicerçados nos "grandes discursos da modernidade", como a democracia liberal, o marxismo e a psicanálise, essas/es intelectuais levam o debate a um ponto que, a depender da perspectiva, pende entre o confuso e o fértil: como definir o gênero (dos estudos) de gênero? A proposta da mesa temática sobre os temas acerca do gênero e sexualidade no II Encontros Graduados propõe que todas as possibilidades de debate se encontrem e se confrontem.



O Grupo de Trabalho Gênero e Sexualidades convida alunas e alunos a apresentarem suas pesquisas, ensaios e trabalhos acadêmicos em geral que trabalham com as então chamadas "questões de gênero", essa terminologia genérica é aqui bem-vinda justamente pela caráter cada vez mais interdisciplinar que os estudos de gênero e sexualidades apresentam na atualidade. Assim, dizer que essa é uma temática muito ampla não implica em uma incongruência, mas muito pelo contrário evidencia justamente sua capilaridade no social, sendo uma categoria que nos possibilita interpretações que digam tanto de relações microssociais, até estruturas de abstrata complexificação.
Assim, o 'gênero' se recorta com outras áreas clássicas  como: trabalho, urbano, religião, cultura etc., mas também é capaz de estabelecer novas preocupações tanto epistemológicas como ontológicas.


Relações Raciais


        O intento deste Grupo de Trabalho é reunir diversas perspectivas acerca das relações raciais no contexto brasileiro e fora dele, perspectivas essas trazidas através de diversas abordagens, que podem ser sociológicas, antropológicas, políticas, histórica, etc. Para discutir as relações raciais em variados contextos, podem-se tecer questões que entrelacem o estudo de populações negra, indígenas, e de quaisquer outras minorias raciais com aspectos de gênero, saúde, educação, desigualdades sociais etc. Por isso, debates que vão das políticas públicas aos movimentos sociais, que discutam as categorias utilizadas, hoje e no passado, sobre a questão racial, serão abarcadas por esse grupo de trabalho.
        A problemática racial, a analise dos fenômenos relacionais humanos que se baseiam no que se entende por "raça", é uma antiga preocupação dos estudos sociais, seja por motivos políticos ou científicos. Antiga, porém reavivada com novo fôlego em nosso cenário nacional por episódios recentes de grande repercussão, tais como a criação e ampliação do sistema de cotas raciais para o ingresso no ensino superior, o crescimento do movimento de resgate da identidade indígena nacional, entre outros.
       Mas o que é que, então, se entende por raça? Como essa concepção permeia e caracteriza fenômenos humanos de modo a formular relações sociais específicas? Entre essas discussões envolvem-se problemáticas das mais variadas, históricas e atuais, intimamente relacionadas com preceitos do senso comum, da política, e do papel das ciências sociais enquanto especializadas no tema. O propósito deste Grupo de Trabalho é adentrarmos neste tipo de considerações, para lançar luz sobre esta temática que, ademais de já tão trabalhada, continua se mostrando tão cara e atual para o pensamento social.

Apresentações e intervenções artísticas

      A vida é um contínuo de percepção e comunicação. Os alfabetos e línguas humanas não suportam os silêncios, sabores, sussurros, toques, ausências, gritos e calores que o existir nos permite. Há que se buscar, portanto, outra forma de dizê-los: através do corpo. Afinal, é nele primeiramente que o ser se faz: ser enquanto continuidade de estares. E o ser no mundo se faz de maneiras tão múltiplas, que não é mais o ser enquanto sujeito, substantivo, que se diversifica, mas enquanto verbo, fervilhando possibilidades da natureza humana.
     Para pensar e sentir um (in)dizível em traços menos rígidos, o GT de Apresentações e Intervenções Artísticas abre-se para trabalhos que busquem falar do humano enquanto existência indizível, ao mesmo tempo que tão comunicável. São bem-vindas intervenções urbanas, fotografias, performances, vídeos e peças (de curta duração), quadros, esculturas, dentre outros.

Educação e aprendizagem
       Nesta segunda edição do grupo de trabalho “Educação & Aprendizagem”, ensejamos explorar a dimensão aberta às múltiplas perspectivas produzíveis sobre a fecunda temática expressa no enlace problemático entre esses dois termos. Semelhante proposta, assentada na enunciação da “educação-aprendizagem” como um continuum constituído pela síntese dessas duas categorias, atribui, desta vez, particular ênfase aos diversos processos e eventuais resultados produzidos no campo educacional – campo cujos limites fluidos dificilmente podem ser satisfatoriamente dimensionados pela teoria social. Trata-se aqui, pois, de programas, processos, vivências, e outras experiências que tais, pelas quais os seres humanos, assumindo, criando e recriando certas perspectivas acerca do real, de si próprios, daquilo que é humano e não humano, se criam e se recriam a si mesmos como indivíduos, sujeitos, agentes. Nesse sentido, a educação-aprendizado é concebida como processo inescapavelmente perspectivo, em que de maneira reflexiva se engendram novas perspectivas pelas quais o humano é permanentemente criado erecriado sob um duplo e indissociável aspecto: tanto no que diz respeito à pessoa humana, transformada em sua relação consigo mesma e com o mundo do qual participa, quanto no que concerne a novos e múltiplos significados que o humano que pode assumir desde perspectivas socialmente matizadas.

Religião

   Pluralismo religioso, religiosidades e suas diversas interpretações são temáticas recorrentes na contemporaneidade. O ser humano conta com uma diversidade de formas de religiosidades, permitindo conexões das mais variadas formas com o que chamamos de sagrado. A religiosidade, na sua condição de característica exclusivamente humana, revela um atributo humano em busca do sagrado , sem especificar o que seja sagrado, tanto como fuga, quanto como explicação  para o real vivido, ou ainda mesmo para negociações e entendimentos com as divindades na procura de resoluções, por meio desta busca pelo sagrado, abre-se novos planos e perspectivas extra-mundanas, novos mundos, novas formas de ver o mundo – mundos sobrepostos, mas não separados. Ao abrir-se para esses novos planos, as religiosidades fractalizam a experiência, possibilitando multiplicidades que ultrapassam contornos, digamos, mais “rígidos”, fazendo-nos refletir de uma forma mais plural sobre questões complexas que não mais se sustentam em modelos fechados, límpidos, nivelados e totalizantes, tão a gosto das produções científicas. 
     A proposta deste grupo de trabalho é pensar a multiplicidade religiosa a partir de suas variadas facetas , permitindo diálogos entre as diversas áreas do saber e do sagrado. Deve-se perceber o pensamento religioso enquanto diferença, estabelecendo “conexões parciais” com as mais variadas formas de religiosidades. Se observarmos bem os acontecimentos que nos circundam, perceberemos como as concepções religiosas e suas tradições marcam profundamente toda a realidade. A vida social e política continuam sendo influenciadas pelas religiões e os diferentes tipos de religiosidades. A ciência atual, diante do vasto campo que ela descortina através de pesquisas avançadas, descobre-se limitada perante muitos mistérios que ainda cercam a vida humana. Sempre há uma parte da realidade que não se consegue acessar. Nunca se compreende totalmente o mundo e alma humana.
      Para pensar acerca da busca pelo sagrado é proveitoso dialogar com diversas áreas do saber, sendo bem-vindos trabalhos que explorem metodológico e/ou teoricamente essa proposta. 

Programação:


9HTEORIAS SOCIAISAFETIVIDADE, EMOÇÕES E CUIDADOVIOLÊNCIA, CONFLITUALIDADES E SEGURANÇAGÊNERO E SEXUALIDADEEDUCAÇÃO E APRENDIZAGEM
14HHUMANOS E NÃO-HUMANOSTEORIA E ARTEURBISRELAÇÕES RACIAISRELIGIÃO
19HPALESTRA DE ABERTURA
Mesa-Redonda: EXTENSÃOAPRESENTAÇÕES E INTERVENÇÕES ARTÍSTICASPALESTRA
DE ENCERRAMENTO







 Fotos:
(clique para aumentar)















































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